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terça-feira, 5 de julho de 2011

O Arranque do Cluster do Cavalo em Santarém


Quando começámos esta caminhada - construir um sonho velho - para a criação de um cluster do cavalo que promovesse a ressurreição dos campos, multiplicar o esplendor deste belo animal, por cem, por mil, sabíamos que qualquer passo seria difícil, cercado pelos discursos pessimistas, até por insultos, que neste tempo ruim que atravessamos presta-se ao fatalismo e á espera de um destino trágico. Combater por um sonho, transformá-los em realidade, é dos maiores prazeres que a existência nos proporciona, mas também obriga á escolha de trilhos dificeis de vencer.
Foram quase dois anos de negociações. Umas vezes discretas e serenas, outras vezes exaltadas. Da procura de parceiros, da procura do melhor.Santarém merece o melhor, pois ela será dos nossos filhos e netos. Merece todos os combates, até a solidão das humilhações, merece que se aposte com toda a genica e paixão no futuro. Pouca importa a insónia.Pouco importam as dificuldades. É urgente combater até ao tutano das forças.
Um dia contarei aos meus netos como se fez esta caminhada. Desde a terrível negociação para enriquecermos o património de Santarém com a ex-Escola Prática de Cavalaria, pela criação da Cidade Judiciária, pela recuperação de dezenas de milhões euros para saneamento e remodelação do espaço público. Um dia contarei aos meus netos como foi possível sonhar e transformar os sonhos em obras. Este que agora começa, com poderosos parceiros internacionais, entregando a Santarém uma das maiores alavancas do seu futuro, ainda vai no princípio mas é irreversível. Vai dar esplendorosos frutos. E sabe bem guardar no silêncio dos segredos as dores, o sofrimento, a ansiedade, o medo, a dúvida, assim como as certezas que devagar se vão descobrindo. Ressuscitar campos e prados, multiplicar a riqueza que escasseia,entregar esperança e mais esperança e objectivos de combate é coisa que nos torna mais vivos.
Neste dias ruins, sob o pesadelo das crises, dos temores, da miséria, das mil dificuldades, inventar um pedaço de sol sabe a mel e a romãs.
Um dia contarei aos meus netos como valeu a pena ser Presidente da Câmara, entregando todos os dias a alma inteira a uma comunidade que é muito mais nobre do que qualquer pobre umbigo. E sei, depois do arranque deste cluster do cavalo, que vou cumprir aquilo que lhes prometi no dia em que comecei esta jornada: O avô vai e vai fazer com que, um dia, quando olharem Santarém, tenham orgulho de cada passo que dei, de cada contributo que realizei por toda aquela gente. Foi um juramento com lágrimas de comoção. Hoje começa a ser um sorriso com ternura no olhar. E se, S.Francisco nos ajudar, S. Francisco do nosso Convento renascido, será um abraço de risos daqui por mais alguns meses. Falta apenas um outro grande passo: honrar compromissos financeiros. E pese as desculpas das crises, sei que não precisarei delas na hora da partida. Porque os cavalos não se abatem. Dão asas. Ganham asas quando a corrida começa e agora começou. É espantosa a força dos cavalos. E são belos. E fascinam. Talvez seja essa a razão que, desde ontem, recebemos contactos de mais gente do Brasil, para além do Jockey de São Paulo, da Alemanha, de Espanha e de Portugal, que querem associar-se a este desafio. Começámos agora a andar pelo sonho. Mais seguros. Com a certeza de que Santarém, mátria da Liberdade, vai caminhar para um futuro menos feio, até diria belo, como um cavalo a galope num prado primaveril.  

1 comentário:

  1. Meu caro Moita Flores,
    Sem dúvida que os cavalos não se abatem!
    Como não se abatem os sonhos de quem corre vida fora como um puro-sangue em busca de um fim, de um propósito, de um objectivo a alcançar e de um lugar a conquistar.
    Por vezes corremos em campo aberto criando asas ao vento sentindo a liberdade e acreditando na conquista do horizonte, outras nem por isso, pois percorremos trilhos fechados repletos de pedras e espinhos que nos dilaceram a alma.
    Mas o que faz de nós um ser sonhador, apaixonado e muitas vezes chamado de alucinado é continuar sem desistir, é cair e levantar, sem nunca deixar de acreditar.
    Contornando os piores caminhos, muitas vezes sozinhos, em sofrimento e ânsia.
    Tormentos esses que lavamos no mais pequeno charco que encontramos e que nele renovamos a esperança e vontade.
    Somos guerreiros sem espada mas com alma, que nunca nos dá calma até ao dia em que tudo se acalma…
    O dia do sonho tornado realidade!
    Porém, nós não paramos…
    Pois só descansamos quando o partilhamos lado a lado com os que amamos.
    Somos assim, sonhamos por nós e pelos outros e isso faz de nós seres maiores.
    Um grande bem-haja de um sonhador convicto.
    Alberto Inness Larangeira

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