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segunda-feira, 27 de junho de 2011

As Canelas de Miguel Relvas

Já se percebeu, embora não compreenda, que a indigitação de Miguel Relvas para ministro não é digerida pelo seu companheiro de Partido, o prof. Marcelo Rebelo Sousa. No seu habitual comentário televisivo, por duas semanas consecutivas, o prof. atirou-se a Relvas. Confesso que não percebo. Aquilo que seria inacreditável é que Miguel Relvas estivesse fora do governo.
Foi o primeiro apoiante de Passos Coelho. Apoiou-o activamente quando o agora primeiro ministro foi candidato vencido à liderança do PSD e se confrontou com Manuela Ferreira Leite e Pedro Santana Lopes. Fez sempre a seu lado o caminho das pedras, fez parte do grupo dos estignatizados e banidos deliberadamente das listas do PSD, partilhou com Passos Coelho todos os dias do novo caminho que que haveria de os levar á conquista do PSD no confrotno com Aguiar Branco e Paulo Rangel. Foi ao lado de Passos que Relvas esteve, como poucos, ao lado do seu líder como secretário geral, na termenda campanha eleitoral que haveria de levar o PSD á responsabilidade de governar o país. Relvas foi as costas de Passos Coelho. O apoio não só do partido mas na disputa externa contra os adversários políticos. Esteve em todas. Co-responsável nas derrotas e depois nas vitórias. Como não continuar a acompanhar o seu amigo, muitas vezes na caminhada solitária, para o poder? Como se faz isto sem que aquilo que é o vínculo mais importante que une os homens - o valor da amizade, da solidariedade? Relvas merece políticamente ser ministro. Merece-o pela experiência intensa vivida, inteira e solidária. Merece-o pela sua própria experiência política, bastante para perceber no ar que dividir só serve para outros reinarem. Que esta atitude do prof. Marcelo é incompreensível porque levanta problemas que imagina mas que não se prevêm. Aliás as suas duas grandes previsões sobre o governo falharam. Falhou a eleições de Fernando Nobre e borregou o seu anúncio de Bernardo Bairrão como secretário de Estado. 
Este desabafo magoa-me. Porque não percebo. Não percebo um homem que admiramos, como é o caso de Marcelo, não percebo. Pois é claro que alguma coisa escondida por detrás desta animosidade.Alguma coisa que tem a ver com anteriores ou com futuras memórias. E não faz sentido. Este governo tem uma semana. Nem respirou. Não valerá por este ou por aquele indivíduo mas pelo que, no seu conjunto, vai ou não fazer por Portugal. Começar a matar ministros antes de tempo é apenas lançar ataques ncompreensíveis que nem poupa o estado de graça.
Não sei se Relvas vai ser um grande ou pequeno ministro. É cedo para esse juízo. Mas é um homem certo no sítio que merece. Por acção. Por crença. Por lealdade. Esperemos que corra bem a Relvas, a Passos Coelho e ao governo a caminhada que agora iniciam. Portugal bem precisa. Precisa tanto e com tanta emergência que qualquer pedra posta perversamente na engrenagem não faz apenas mal ao´governo mas ao momento crítico que o país atravessa.    

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