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sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz Ano de 2012!!!

É um lugar comum esta renovação de votos de Bom Ano. A força do poder simbólico do calendário impõe a confiança de que mudar de dia, de mês e de ano, cria as expectativas de realização dos sonhos e projectos que ficaram por cumprir. Não faz confiar que é no próximo ano que se realizam. E faz bem gostar, e desejar, que a manifestação material do sonho se manifeste. Na verdade, dizem os augúrios e as previsões mais optimistas que vai ser um ano ruim. Talvez pior do que aquele que passou.Mas também é verdade que quer aquele que se fina, quer aquele que se anuncia neste advento breve, são marcos da História portuguesa. Haveremos de ouvir falar muito, daqui a muitos anos, sobre estes dois anos infernais que estamos e iremos viver. Temos sido actores e testemunhas de um tempo único da nossa contemporaneidade. Vai ser para os que sobreviverem a este psicodrama social, económico, financeiro e moral, uma memória forte cheia de ensinamentos. Talvez das mais fortes para os mais jovens. Depois da Guerra Colonial, nunca houve anos assim.
Confesso que não guardo saudades de 2012. Mas guardarei a memória. Perdi dois grandes amigos - o Zé Niza e o Vitor Gaspar - e pela primeira vez na minha história de vida, a saúde deu sinais de cansaço em cada mês que passou. Até ao hospital, esse mundo asséptico e impessoal, cheirando a desinfectante e a gestos técnicos. Foram meses, doze meses, de cansaço, de dores, de solidão. A hérnia discal que não deu tréguas até meados do ano, o coração que começou a desafinar e, finalmente, esta irritante diverticulite que me pôs KO. Valeu a entrada em funcionamento de dois Centros Escolares, o novo Conservatório de Música de Santarem, o arranque das obras da cidade judiciária, a velocidade de cruzeiro da rede de saneamento que vai colocar o concelho em níveis europeus. Também valeu o meu romance, a Opereta dos Vadios, que já vai na 4ª edição, o filme que escrevi para a RTP.
Fica-me na memória esta quadra festiva. Vivida e festejada a comer arroz branco, iogurtes naturais, enfartado de antibióticos, repartido entre o hospital e a minha casa. E valeu o convite da TVI para escrever uma série de ficção. Vinte episódios que vou alinhavando durante este retiro forçado
Mas fica,sobretudo, o afago doce e terno dos meus filhos e netos. Dos meus amigos. Nestas horas mais difíceis reencontramos quem perdemos há muito tempo. E agradeço, comovido, as centenas de chamadas,sms, email's com que se foi alimentando a fraternidade e o amor. Sinto-me rico, no ano mais pobre que vivi nos últimos vinte anos. É isso que 2012 nos vai trazer com maior força. O valor da amizade intensa e clara. Sem calculismos, sem cinismos. A crise torna-nos o carácter mais límpido, a doença obriga ao confronto com os mais profundos afectos.Para o ano tudo será muito melhor. Tenho a certeza. Pois a força da Vida é bem maior do que todas as incertezas e fragilidades. Bom Ano Novo para todos.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Estou doente mas bem,obrigado!


Sabem o que é uma diverticulite? Nem queiram saber. É assim, uma espécie de infecção no intestino grosso que nos impõe uma dieta horrível, que nos atira abaixo com febre, que nos rouba as forças e, ainda por cima, incomoda sériamente. Se nos descuidarmos pode matar. Se tormarmos precauções, vive-se com decência. Confesso que aturei esta companhia nos últimos meses, quase em segredo, até porque achava graça ao nome: diverticulite! Conseguia trabalhar, escrever, suportar o ritmo de trabalho, viver com a mesma paixão com que percorri a vida. Sem desistir e servindo com a mesma determinação de sempre.
Porém, o médico - há sempre um médico que embirra com a vontade de um homem - acabou com este faz de conta e impôs o meu internamento. Três dias a pastar antibióticos. A meter para a veia! Pronto, é só isto.  Daqui a três dias regresso. Não se incomodem, coisa que me dá jeito pois o meu telefone não pára de tocar.  E dava-me jeito que não tocasse. Ao menos posso gozar a 'pedrada' com mais calma. Daqui a três dias estou de volta e tenho a certeza de que a única coisa que me vai doer, eventualmente, será algum desaire do meu Sporting. Um abraço comovido a todos os que puseram as últimas horas da minha casa e do meu telemóvel em alvoroço. Ainda não é desta! Gozem um bom fim de semana. E obrigado pelo silêncio.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Solidariedade com os benfiquistas!

Calhou-nos o Marítimo para a Taça de Portugal. Vingaremos a mágoa benfiquista pela eliminação num gesto de boa vontade natalícia!!

domingo, 4 de dezembro de 2011

Filme 'Encosta-te a Mim'

O meu filme Encosta-te a Mim já está a ser rodado para a RTP. O Protagonista é o Vitor Norte. O Realizador é o Lourenço de Melo. O Produtor éo Luís Fialho Rico. Três nomes que dão garantia de sucesso e bom gosto.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O Estripador des Lisboa apareceu!


Quase vinte anos depois de uma onda de terror atravessar a noite de Lisboa devido a uma sucessão de assassinatos de prostitutas, o Estripador de Lisboa (como ficou conhecido) surgiu á luz do dia. Pelo menos parece ser ele, depois de ouvir as confissões que relatou á jornalista Felícia Cabrita e que a RTP transmitiu. Foi um tempo de fúria. O Director Geral da PJ era o agora jubilado juiz conselheiro Mário Mendes. Eu trabalhava junto dele e recordo-me do alvoroço que despertou nas brigadas de Homicídios, então chefiados por um polícia notável, o Coordenador João de Sousa.
Trabalharam-se noites e dias sem limite, pesquisando tudo, colocando todas as hipóteses, procurando crimes análogos no estrangeiro. A brutalidade dos crimes,com as vítimas esventradas, e o forte impacto jornalístico, alarmou a cidade e escreveram-se as histórias mais desencontradas sobre o caso. Eu próprio, com o Luís Filipe Costa acabei por escrever a série Os Polícias, para a RTP, tendo o Estripador de Lisboa como fonte inspiradora. Teve um êxito extrarodinário e boa parte dele deve-se ao fascínio que o conjunto de crimes provocou na sociedade portuguesa.
Agora surgiu quando os homicídios que cometeu em Lisboa já prescreveram, embora ainda esteja em condições de  ser julgado por outros homicídios que terá cometido quer em Portugal quer na Alemanha. Para já está preso. O mito desvaneceu-se.