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sábado, 15 de janeiro de 2011

Fraca Decisão, Uma Boa Decisão

A decisão, há pouco anunciada, de demissão de Presidente do Sporting por José Eduardo Bettencourt é o espelho da gestão desta direcção. Reagir à perda de um jogo (apenas mais entre tantos) batendo com a porta é o exemplo absoluto daquilo que um Presidente não pode fazer. Revela a ausência de força para liderar e um estado transtornado perante as dificuldades que o Clube atravessa. Um lider pode sair em qualquer hora do seu lugar, abandonar um projecto porque deixou de fazer sentido, pois os homens não são eternos nem insubstituíveis, mas jamais pode abandonar um barco no meio de uma tempestade, irritado, zangado, seja aquilo que for, porque perdeu um jogo de futebol. Minutos depois desta decisão, já um comentador desculpava a atitude, numa rádio, dizendo que isto era uma decisão a quente, que os amigos haveriam de mais tarde apaziguar o seu estado de espírito, que ser-lhe-ia pedido que voltasse a assumir as responsabilidades do Clube.
Nada mais errado. O amiguismo pode implorar afectos, lágrimas, conversões, birras, desculpas e os abraços da praxe para glorificar este ou aquele estado de alma, mas jamais farão um líder e um líder não se demite por causa de uma derrota, por mais humilhante que ela seja. Se fosse a humilhação um sinal de demissão outras derrotas o Sporting sofreu que mereciam esta demissão. E a grandeza e as dificuldades que  o Clube atravessa não são compatíveis com este estados de alma, nem com fraquezas do momento.
A massa associativa confiou-lhe a liderança para liderar. Não foi para fazer birras. A auto-estima de um grande Clube precisa de rasgos de génio, os problemas que tem para resolver necessitam de mão firme. E é capaz de ter chegado a hora desse lider surgir e asumir os destinos deste emblema que ao longo de décadas honrou o desporto e o país. Ou então, de estado de alma em estado de alma, não demorará muito tempo para que esta caminhada para o abismo não resulte num situação igual áquela que viveram outros grandes clubes e que agora vegetam por aí, sem esperança nem vintém.

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